segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

"Companheira "

Deixei pousar minha boca em tua fronte
toquei-te a pele como se fosses harpa
escorreguei em teu ventre como o vento
e atravessei-te em mim como se fosse farpa

Deixei crescer uma vontade devagar
deixei crescer no peito um infinito
morri da morte lenta do desejo
e em cada beijo abafei um grito

Quando desfolho o livro velho da memória
sinto que o tempo passado à tua beira
é um espaço bom que há na minha história
e foi bonito ter dito companheira

Inventei mil paisagens no teu peito
rebentei de loucura e fantasia
quando me olhavas devagar com esse jeito
e eu descobri tanta coisa que não vias

Havia em ti uma forma grande de incerteza
que conseguias converter em alegria
havia em ti um mar salgado de beleza
que me faz sentir saudades em cada dia

Quando desfolho o livro velho da memória
sinto que o tempo passado à tua beira
é um espaço bom que há na minha história
e foi bonito ter dito companheira


música e letra de Pedro Barroso in LP "Roupas de Pátria, Roupas de Mulher", 1987

1 comentário:

Anónimo disse...

Olá, Homem sem rosto!! De facto, o Pedro Barroso constitui uma imensa fonte de inspiração para ti!!! Gostei da parte "...rebentei de loucura e fantasia quando me olhavas devagar com esse jeito"!!!

Bjs

A girl from Ribatejo!!!