Naquele terraço a noite já ia longa,
era Julho, e á muito que o sol se tinha posto.
No entanto nós ali permanecíamos,
avistando o rio, os barcos e ao longe as luzes daqueles
que habitam a outra margem.
Ecoava no ar, de forma quase ininterruptamente,
A 5 sinfonia de Mahler.
Lembras-te?
Era efectivamente a 5 sinfonia de Mahler.
E nós conversávamos, conversávamos,
e o nervoso miudinho imperava.
Distantes olhares.
Subitamente,
subitamente, levantaste-te
e o meu coração quase parou.
Vieste na minha direcção.
Fez-se silêncio.
Um grande silêncio.
E sem dizeres nada
aninhaste-te em mim.
Num abraço terno e profundo.
Só nós,
a vista
e a musica,
e…….
E ali ficamos,
até ontem.
Adeus!!
2 comentários:
Caro Carlos,
UM COMPOSITOR extraordinário!!!!!!
Um poema muito sentido!!!
Apetece ficar a ouvir...
"BRIGADOS" pela partilha...
UMA BOA NOITE!
Adeus. Um partida traz sempre consigo outra chegada. Mas tanto uma como outra são eternamente ensombradas pela incerteza. É mesmo assim.
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