terça-feira, 7 de abril de 2009

... "Porque hoje ainda estou cansado"...


Quando o vento bateu, forte, naquela vidraça defronte para o mar..
Tu disseste-me que aquilo era um claro sinal,
Por certo mais uma razão,
Para eu ser mais,
E mais teu.

Nesse tempo as borboletas voavam em círculos,
Enquanto os pássaros cantavam breves canções primaveris…

E Tu?...

E tu dizias que era chegada a hora de eu encher o meu coração com mais,
E mais de ti…
Nessa altura as rosas do jardim de fronte, vestiam o seu vermelho floral
Enquanto no ar se sentia o aroma intenso e forte a jasmim,
Como quem nos convidava para uma terna e sentida valsa…

No silencio desse magico entardecer,
O tempo deixou que o sol nos brindasse com a grandeza subtil dos seus raios quentes…
Na minha mente só tu a povoavas,
Só tu e esses teus doces e ternos lábios…
Na minha mente a magia residia no teu beijo…

Mas…
Mas tu presenteaste-me com o silencio,
Com esse duro e ensurdecedor silencio…
E porque?...

Talvez porque….
Hoje eu esteja cansado,
Hoje me doem as palavras ternas que um dia te escrevi.
Hoje os meus olhos fecham-se, e não consigo sentir-te mais.
Hoje aquele problema distorcido deixou de fazer qualquer sentido.
Hoje, finalmente, vou ficar em paz…

Um dia…
Um dia eu sei que te contarei como descrevo, hoje, esta paz…
Um dia…
Não hoje!…
Um dia, porque hoje ainda estou cansado…

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