quinta-feira, 30 de abril de 2009

... " Hoje não te quero dar amor " ...



Desde o momento que decidi abraçar a vida de uma forma frontal e muito minha, que existe em mim uma permanente luta interna.

Dentro de mim, neste meu grande plano mental e sentimental, a muito que se gladiam dois exércitos.

De um lado os guerreiros tradicionais, o egoísmo, o orgulho, a violência, e a ambição, que tentam por fim a estes novos soldados feitos de humildade, pacificação, renúncia, e amor.


Nesse momento este ser, que sou eu, fica dividido e angustiado, e anseia por encontrar a luz, o caminho, que me acalme a alma e me estimule a insistir naqueles princípios de que eu guerreiro me recuso a abdicar, e mais uma vez invisto na batalha da vida, naqueles esforços que um dia sei me irão premiar

Talvez por tudo isto, hoje eu não te queira dar amor… não te quero dar esse tal amor, já que isso é, hoje, um sentimento que fica muito aquém de tudo aquilo que gostaria infinitamente de te poder dar... a ti meu amor...

..." Poema do Homem Só " ...

Sós,
irremediavelmente sós,
como um astro perdido que arrefece.
Todos passam por nós
e ninguém nos conhece.

Os que passam e os que ficam.
Todos se desconhecem.
Os astros nada explicam:
Arrefecem

Nesta envolvente solidão compacta,
quer se grite ou não se grite,
nenhum dar-se de outro se refracta,
nehum ser nós se transmite.

Quem sente o meu sentimento
sou eu só, e mais ninguém.
Quem sofre o meu sofrimento
sou eu só, e mais ninguém.
Quem estremece este meu estremecimento
sou eu só, e mais ninguém.

Dão-se os lábios, dão-se os braços
dão-se os olhos, dão-se os dedos,
bocetas de mil segredos
dão-se em pasmados compassos;
dão-se as noites, e dão-se os dias,
dão-se aflitivas esmolas,
abrem-se e dão-se as corolas
breves das carnes macias;
dão-se os nervos, dá-se a vida,
dá-se o sangue gota a gota,
como uma braçada rota
dá-se tudo e nada fica.

Mas este íntimo secreto
que no silêncio concreto,
este oferecer-se de dentro
num esgotamento completo,
este ser-se sem disfarçe,
virgem de mal e de bem,
este dar-se, este entregar-se,
descobrir-se, e desflorar-se,
é nosso de mais ninguém.

( António Gedeão )

domingo, 19 de abril de 2009

... " Eu te amo tanto " ... - Roberto Carlos

Eu não me acostumo sem seus beijos
E não sei viver sem seus abraços
Aprendi que pouco tempo é muito
Se estou longe dos seus braços
E por isso eu te procuro tanto
E te telefono a toda hora
Pra dizer mais uma vez "te amo"
Como estou dizendo agora

Faço qualquer coisa nessa vida
Pra ficar um pouco do seu lado
Todo mundo diz que não existe
Ninguém mais apaixonado

Meu amor, você é minha vida
Sua vida eu também sei que sou
Cada vez mais juntos
Quem procura por você Sabe onde estou

Olha, eu te amo tanto e você sabe
Sou capaz de tudo se preciso
Só pra ver brilhar a todo instante
No seu rosto esse sorriso

Faço qualquer coisa nessa vida
Pra ficar um pouco do seu lado
Todo mundo diz que não existe
Ninguém mais apaixonado

Meu amor, você é minha vida
Sua vida eu também sei que sou
Cada vez mais juntos
Quem procura por você
Sabe onde estou

Olha, eu te amo tanto e você sabe
Sou capaz de tudo se preciso
Só pra ver brilhar a todo instante
No seu rosto esse sorriso

sexta-feira, 17 de abril de 2009

... " Desabafo " ... - Roberto Carlos e Maria Bethânia

Porque me arrasto aos seus pés

Porque me dou tanto assim

E porque não peço em troca

Nada de volta pra mim

Porque é que eu fico calado

Enquanto você me diz

Palavras que me machucam

Por coisas que eu nunca fiz


Porque é que eu rolo na cama

E você finge dormir

Mas se você quer eu quero

E não consigo fingir


Você é mesmo essa mecha

De branco nos meus cabelos

Você pra mim é uma conta

A mais dos meus pesadelos


Mas acontece que eu

Não sei viver sem você

Às vezes me desabafo

Me desespero porque

Você é mais que um problema

É uma loucura qualquer

Mas sempre acabo em seus braços

Na hora que você quer!


Você é mais que um problema

É uma loucura qualquer

Mas sempre acabo em seus braços

Na hora que você quer!







Composição: Roberto Carlos e Erasmo Carlos



Música do LP "Roberto Carlos" de 1979.



... "Um Jeito Estúpido de Amar"... - Maria Bethania

Eu sei
Que eu tenho um jeito
Meio estúpido de ser
E de dizer coisas
Que podem
Magoar e te ofender
Mas cada um
Tem o seu jeito
Todo próprio de amar
E de se defender

Você me acusa
E só me preocupa
Agrava mais e mais
A minha culpa
E eu faço e desfaço
Contrafeito
O meu defeito
É te amar de mais

Palavras
São palavras
E a gente
Nem percebe
O que disse
Sem querer
E o que deixou
Pra depois

Mas o importante
É perceber
Que a nossa vida
Em comum
Depende só
E unicamente
De nós dois

Eu tento
Achar um jeito
Pra explicar
Você bem que podia
Me aceitar
Eu sei
Que eu tenho um jeito
Meio estúpido de ser
Mas é assim
Que eu sei te amar

Composição: Isolda / Milton Carlos

..." Negue "... - Maria Bethania


Negue o seu amor, o seu carinho
Diga que você já me esqueceu
Pise machucando com jeitinho
Esse coração que ainda é seu
Diga que o meu pranto é covardia
Mas não esqueça
Que você foi meu um dia
Diga que já não me quer
Negue que me pertenceu
Que eu mostro a boca molhada
E ainda marcada
Pelo beijo seu



( Adelino Moreira e Enzo de Almeida Passos)

quinta-feira, 16 de abril de 2009

..." Não me sei expressar " ...



Por vezes fico com a nítida sensação que não me sei expressar.

O que penso, por norma, coincide com o que falo.
Mas será que a expressão facial, ou a entoação, pode altera o contexto?

Por mais que me esforce por vezes não consigo entender como é que aquilo que falo não é entendido tal e qual como eu o digo, ou o sinto.

Realmente faz-me uma tremenda confusão…
Faz-me a mesma confusão quando constato que alguém pensa, fala e aja de uma forma hoje e amanhã muda completamente o sentido de tudo.
Tal como se de outra pessoa se tratasse.

É verdade que as pessoas vão mudando, ao longo da vida, e ainda bem que assim é.
Mas de uma forma tão repentina...nunca me tinha ocorrido.
Ou então sou eu que não sou desta vida…

..." Esta viagem"...



A minha sede de viver aquilo que ainda não vivi está prestes a terminar.


Estou a chegar a esse ponto.

Não que em algum momento eu tenha imposto uma meta a mim próprio.


Mas,

Se com a mesma convicção dei inicio a esta viagem, sinto agora que estou a chegar ao grande porto.


Sei que nunca irei entender o que se passou.

Penso por vezes em tudo o que percorri,
da única maneira que o soube fazer,
e as conclusões a que cheguei,
ou se alguma vez as conhecerei…


Esta viagem iniciou-se da forma tão repentina como agora esta prestes a terminar.

Aquele pensamento de querer experimentar,
mais e mais,
vai-se agora dissipando pouco a pouco,
como qualquer nuvem se dissipa num mágico dia de sol de verão.


Tento encontrar o lado positivo desta viagem.
Não sei se o encontrarei…

Mas tão pouco importa!


Agora só aguardo que chegue a paz,
principalmente aquela que mais me conforta “a paz do espírito”.
Quero voltar a dormir…, a ter uma adorável noite de sono.


Mas se em algum momento senti que estava a chegar a um porto seguro,
a verdade é que sempre soube que por vezes existem vagas de tal maneira alterosas,
que nem mesmo uma nossa pegadas por mais impressa que seja na parte mais superior de qualquer praia,
lhes consegue escapar.

Por vezes fiquei sem norte,
e sem vontade de adivinhar qualquer direcção,
e por isso perdi tantas coisas em que noutra altura teria dado tanto valor.


Quantas oportunidades perdidas,
quanta percepções erradas ou falsas,
quantas atitudes tomadas ao contrário,
quantas…


Mesmo nesta minha “arrecadação” aonde se vão aglomerando pertences dispersos e poeirentos. Volta e meia,
é necessário abrir as janelas e arejar!.

Ou então resta-me esperar que a onda seguinte,
deste vasto oceano que nos banha,
seja mais melindrosa e desta forma me dê tempo para respirar…

" Samba em Prelúdio "

Eu sem você não tenho porque,
Porque sem você não sei nem chorar
Sou chama sem luz jardim sem luar,
Luar sem amor,
Amor sem se dar

E eu sem você sou só desamor
Um barco sem mar um campo sem flor
Tristeza que vai
Tristeza que vem
Sem você meu amor eu não sou ninguém

Ah! que saudade
Que vontade de ver renascer
Nossa vida
Volta querido
Os meus braços precisam dos teus
Teus abraços precisam dos meus,
Estou tão sozinha
Tenho os olhos cansados de olhar para o além
Vem ver a vida
Sem você meu amor eu não sou ninguém





Composição: Baden Powell e Vinícius de Moraes

terça-feira, 7 de abril de 2009

... "Porque hoje ainda estou cansado"...


Quando o vento bateu, forte, naquela vidraça defronte para o mar..
Tu disseste-me que aquilo era um claro sinal,
Por certo mais uma razão,
Para eu ser mais,
E mais teu.

Nesse tempo as borboletas voavam em círculos,
Enquanto os pássaros cantavam breves canções primaveris…

E Tu?...

E tu dizias que era chegada a hora de eu encher o meu coração com mais,
E mais de ti…
Nessa altura as rosas do jardim de fronte, vestiam o seu vermelho floral
Enquanto no ar se sentia o aroma intenso e forte a jasmim,
Como quem nos convidava para uma terna e sentida valsa…

No silencio desse magico entardecer,
O tempo deixou que o sol nos brindasse com a grandeza subtil dos seus raios quentes…
Na minha mente só tu a povoavas,
Só tu e esses teus doces e ternos lábios…
Na minha mente a magia residia no teu beijo…

Mas…
Mas tu presenteaste-me com o silencio,
Com esse duro e ensurdecedor silencio…
E porque?...

Talvez porque….
Hoje eu esteja cansado,
Hoje me doem as palavras ternas que um dia te escrevi.
Hoje os meus olhos fecham-se, e não consigo sentir-te mais.
Hoje aquele problema distorcido deixou de fazer qualquer sentido.
Hoje, finalmente, vou ficar em paz…

Um dia…
Um dia eu sei que te contarei como descrevo, hoje, esta paz…
Um dia…
Não hoje!…
Um dia, porque hoje ainda estou cansado…