Escreve-me! Ainda que seja só
Uma palavra, uma palavra apenas,
Suave como o teu nome e casta
Como um perfume casto d’açucenas!
Escreve-me! Há tanto, há tanto tempo
Que te não vejo, Amor! Meu coração
Morreu já, e no mundo aos pobres mortos
Ninguém nega uma frase d’oração!
«Amo-te!» cinco letras pequeninas,
Folhas leves e ternas de boninas,
Um poema d’amor e felicidade!
Uma palavra, uma palavra apenas,
Suave como o teu nome e casta
Como um perfume casto d’açucenas!
Escreve-me! Há tanto, há tanto tempo
Que te não vejo, Amor! Meu coração
Morreu já, e no mundo aos pobres mortos
Ninguém nega uma frase d’oração!
«Amo-te!» cinco letras pequeninas,
Folhas leves e ternas de boninas,
Um poema d’amor e felicidade!
Não queres mandar-me esta palavra apenas?
Olha, manda então… brandas… serenas…
Cinco pétalas roxas de saudade…
Florbela Espanca
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