domingo, 13 de março de 2011

... " Apelo " ...






Ah, meu amor não vás embora

Vê a vida como chora, vê que triste esta canção

Não, eu te peço, não te ausentes

Pois a dor que agora sentes, só se esquece no perdão

Ah, minha amada me perdoa

Pois embora ainda te doa a tristeza que causei

Eu te suplico não destruas tantas coisas que são tuas

Por um mal que eu já paguei

Ah, minha amada, se soubesses

Da tristeza que há nas preces

Que a chorar te faço eu

Se tu soubesses num momento todo arrependimento

Como tudo entristeceu

Se tu soubesses como é triste

Perceber que tu partiste

Sem sequer dizer adeus


Ah, meu amor tu voltarias

E de novo cairias

A chorar nos braços meus

De repente do riso fez-se o pranto,silencioso e branco como a bruma

E das bocas unidas fez-se a espuma

E das mãos espalmadas fez-se o espanto.


De repente da calma fez-se o vento,

Que dos olhos desfez a última chama,

E da paixão fez-se o pressentimento,

E do momento imóvel fez-se o drama.


De repente não mais que de repente,

Fez-se de triste o que se fez amante

E de sozinho que se fez contente.


Fez-se do amigo próximo, o distante,

Fez-se da vida uma aventura errante,

De repente não mais que de repente.


Ah, meu amor tu voltarias

E de novo cairias

A chorar nos braços meus.


Ah, meu amor tu voltarias

E de novo cairias

A chorar nos braços meus.






António Zambujo


Composição: Vinícius de Moraes e Baden Powell

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