terça-feira, 18 de dezembro de 2007

A Nossa Alma Gémea - parte III


Ao nível das relações, há cada vez menos espaço mental e físico para alimentar e aguentar uma relação, dada a velocidade a que vivemos.
O problema é que nesta sociedade, que já não nos incita a pensar, uma vez que quando estamos tristes ou ansiosos o mais fácil é tomarmos um comprimido para nos ajudar a superar o problema sem perdermos muito tempo, o direito a felicidade individual é completamente inquestionável. Se todos nós temos direito à felicidade individual e uma relação a dois passa a ser a difícil conjugação de duas liberdades, as coisas podem de facto complicar-se.

Como a nossa sociedade tem subjacente a ideologia de que quem não está bem muda-se, há pessoas que simplesmente desistem e fazem muito pouco para salvar a relação, sendo que as crises nem sempre são definitivas e inultrapassáveis e podem mesmo, depois de ultrapassadas, reforçar uma relação.


Com estes textos não pretendo fazer qualquer juízo de valor sobre as opções de cada um, já que em ultima estância cabe a cada um de nós dar o rumo que pretendemos a nossa vida.

Entendo somente que essa opção deva ser realizada após um reflectido amadurecimento das ideias e ponderadas as várias opções.

Sei por experiência própria que nem sempre a entrega e o envolvimento junto de outra pessoa é a solução.

Acho e acredito que só seremos verdadeiramente felizes quando começarmos por nós aceitar a nós próprios como seres imperfeitos que somos e dermos valor, e atenção, a pequenos milagres do quotidiano da vida.

São pois a comunhão e a partilha desses múltiplos momentos da nossa curta existência diária em que reside a verdadeira felicidade.


O amor só existe quando a pessoa com quem optamos por partilhar a nossa vida fala a mesma linguagem que nós.

Se tal não acontece o amor ainda será possível desde que exista, da parte de ambos, o interesse pela busca dessa linguagem universal e comum.

Então tudo se tornará mais fácil, as vidas outrora distantes se complementaram de forma continua como se o amanhã já fosse hoje e o passado nunca tenha deixado de ser presente.

11 comentários:

BlueVelvet disse...

Muito interessante e até comovente este texto.
Sobretudo verdadeiro.
De facto, quando olho para os meus pais com os seus 57 anos de casados, sem ser por conveniência, mas por amor, pergunto-me onde ele anda.
Fiz aliás, há tempos um post sobre isso.
As pessoas trouxeram para o casamento a intolerância que têm na vida ou a vida tornou-as intolerantes, sei lá eu!
Só sei que é difícil amar, hoje em dia.
Beijinhos pelo teu texto

Joana Roque Lino disse...

gosto de ler os teus pensamentos. um beijinho e boa semana.

Ad astra disse...

Li...reli...

Deixo-te um beijinho e não comento, porque...


porque...a vida...não quer


Um beijo Carlinhos

Ad astra disse...

Lindinho

Tem umas Boas Festas.


Um beijinho

sofialisboa disse...

Olá homem sem rosto, são verdadeiras as tuas palavras, são sentidas também, queria acrescentar que hoje as pessoas perdem-se nas suas prioridades, e o amor passa para o fim da lista...boas festas e que o ano que vem te traga aquilo que tanto queres. sofialisboa

Joana Roque Lino disse...

Um feliz Natal para todos. Beijo.

BlueVelvet disse...

Passei para deixar os meus desejos de um Santo e Feliz Natal, e beijinhos

Maria Laura disse...

Li com atenção o texto (muito bem escrito, por sinal) mas acho que por vezes não vale a pena arrastar o que, na verdade, não tem salvação. Quando se regressa nunca é ao ponto de partida. E nem sempre aceitamos isso.

Um Feliz 2008 para ti.

BlueVelvet disse...

Onde anda?
A sua ausência tem-se feito sentir.
Bom 2008.
Beijinhos

Maria Laura disse...

Feliz 2008!!

BlueVelvet disse...

Aleluia!
Voltou...pelo menos ao meu Blog.
Porquê que não pode chamar-me de amiga?
Não encaixa em nada do que peço?

Espero que esteja tudo bem consigo, e que a ausência do seu blog, se deva a uma coisa boa.
Beijinhos