quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

..." O Poema do Tempo " ...




Emerge da noite e do silêncio o poema,
Habitante da essência dos meus sentimentos.

O poema que me levará no tempo
E passarei entre as mãos
E diante dos olhos livres e límpidos de quem lê.

Sua passagem se confundirá
Com os assovios do vento
Com o rumor dos oceanos.
Ele encontrará uma praia de areias claras
Aonde possa se estender ao sol.

O poema morará inteiro no espaço mais aberto
De ar claro nas tardes lisas e eternas.

Quando eu já não existir mais,
O poema de asas brancas no vôo que lhe coube
Irá pousar em alguém que se fundirá a ele,
Entre paredes densas,
Quando na profunda e devoradora solidão.

Então ele emergirá, mais uma vez,
Da noite, do silêncio, como um cais seguro,
Ou quem sabe
Uma mão aberta e na palma uma esperança.

Antonio Miranda Fernandes

1 comentário:

F. disse...

O Poema
transporta-nos sempre para um outro Lado,
tem uma Força e uma Vida
que quando sentida
está para além de tudo o que se possa imaginar.
E sempre, como diz o poeta,
"Uma mão aberta e na palma uma esperança"... sempre.)
Um beijinho de carinho,