sábado, 19 de abril de 2008

" Naquela Noite ..."


Naquela noite sob um banho de luar celebramos a vida com um beijo, tendo como única testemunha o mar.

Enquanto os teus termos dedos me afagavam o cabelo e o pescoço, os nossos olhos brilhavam intensamente.

Esses olhos que ondulam com o simples calor que acaricia as dunas deste nosso deserto. Ao mudarem de cor reflectem a alegria primaveril dos girassóis, dos malmequeres e das papoilas.
Mas a ternura, essa comprimia as rugas de expressão desses nossos rostos.

Ali imperava o silêncio, mas esse não era incómodo, já que era um silêncio acolhedor, carinhoso, implícito de súplica, silencioso, misterioso e ávido de promessas.

Fazendo uso das pontas dos dedos, dessa tua mão, seguraste-me o queixo e repuxaste-me os lábios como quem exige a existência de um fogo.

Enquanto os teu lábios eram delicadamente mordidos pelos dentes, revelava-se a tua timidez lasciva e carente de labaredas.

A respiração, essa fazia adivinhar que as palavras que estavam por nascer ainda não haviam sido anunciadas.

Enquanto o perfume dos fluidos corriam livremente, o corpo exigia da alma um sacrifício, na expectativa de que não existissem amarras ou limites …, até se libertarem para sempre …, para lá dos céus….

1 comentário:

Eme disse...

Há que transformar o deserto comum num oásis.
E
não esquecer que,o deserto possui um céu de estrelas ÚNICO.