terça-feira, 8 de janeiro de 2008

O Amor e o Tempo


Pela montanha alcantilada
Todos quatro em alegre companhia,
O Amor, O Tempo, a minha Amada
E eu subíamos um dia.

Da minha Amada no gentil semblante
já se viam indícios de cansaço;
O Amor passava-nos adiante
E o Tempo acelerava o passo.

- «Amor! Amor! mais devagar!
Não corras tanto assim, que tão ligeira
Não pode com certeza caminhar
A minha doce companheira!»

- Súbito, o Amor e o Tempo, combinados,
Abrem as asas trémulas ao vento...
- «Por que voais assim tão apressados?
Onde vos dirigis?» - Nesse momento

Volta-se o Amor e diz com azedume:
- «Tende paciência, amigos meus!
Eu sempre tive este costume
De fugir com o Tempo... Adeus! Adeus!»

António Feijó

4 comentários:

Anónimo disse...

há tempo para o amor.sempre.
A SEIVA

BlueVelvet disse...

Não conhecia o poema, mas adorei.
Soberbo.
Beijinhos

Ad astra disse...

Bonito...e irónicamente verdadeiro

Um beijinho Carlinhos

Joana Roque Lino disse...

muito bonito, carlos. beijo.