domingo, 21 de dezembro de 2008

... " Há certos comentários " ...

Por vezes há certos comentários que são mais belos que o escrito que lhe deu origem.
Nessa altura, independentemente do pedido formulado que o mesmo não fosse publicado, ganha o direito de ver a luz do dia e de se transformar em um poema.

"
Eu sei. E é por isso que (ainda) aqui estou. E é por isso que um certo "tesourinho" continua na gaveta de onde, no fundo, não desejo que ele saia nunca. E é por isso que ÉS TUDO para mim."

(Anónimo).



Se há coisas que me deixam sem palavras, esta é sem duvida uma delas.

Deixo-te, a ti, este poema declamado por este grande trovador que cada vez que o escuto me faz desejar e acreditar num novo amanhecer.

Um beijo, sentido, para ti. E obrigado por existires.

" és natural " - Gian Franco Pagliaro

... " Nesses dias " ...

Por vezes os meus dias também vivem do silêncio, quando a vida se satura das palavras gritadas que não possuem retorno.

Nesses dias sinto um cansaço, imensurável, que tento ultrapassar usando a tinta e o papel.

Nesses dias grito bem alto a solidão que sou obrigado a sentir, que é só minha e de mais ninguém.
Nesses dias estou de luto sem eu saber de quem, sem saber de quê.

Nesses dias silencio o meu coração que mantém viva um chama que já não arde...

Nesses dias brotam da minha boca palavras que já não tem letras...

Nesses dias tento silenciar o tempo que teima em passar, enquanto o velho relógio da parede permanece inalterado.

Nesses dias tento silenciar a solidão, sempre que olho para o lado e vejo alguém...

Nesses dias tento silenciar... o próprio silêncio...

...

Nesses dias...





sábado, 20 de dezembro de 2008

Beautiful Maria of my soul

Há filmes,
canções,
fotografias...,
que nos fazem viajar no tempo...,
e que valem por mil palavras ...



sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

... " O teu retrato " ...



Sabes...,
depois de teres desligado
o telefone, fiquei a pensar na conversa sentida
que tivemos.
Peguei num papel
e tentei desenhar-te, mas daquela única forma
que uso para desenhar,
escrevendo!

Li e reli cada frase, cada palavra, e fui desta maneira tentando descrever cada pormenor sublime de ti,
todos os traços, todas as sombras, tentando não esquecer nenhum detalhe, nem aqueles que por certo pareceram menos evidentes.

Mas sabes, só no final percebi que jamais alguém te conseguiria identificaria neste meu desenho.

Pois eu guardo, comigo, uma imagem única de ti.

Tal como quem fecha as mãos em concha e tenta guardar um pedaço de vento...

..." Lá fora está frio " ...



Lá fora está frio,

faz vento e chove de forma intensa.

O Inverno chegou com toda a sua força e esplendor!

De aquecedor ligado, vou aproveitando o que as noites longas têm para oferecer.

Um bom livro e uma música suave, servem-me mais uma vez de companhia.


Ouvir o bater da chuva nas vidraças das janelas e o vento a soprar,

dá-me uma sensação magnifica de conforto,

enquanto me deito no velho sofá da sala e entrego-me ao descanso merecido de mais um dia de trabalho.


Mas há dias, como o de hoje,

em que tudo me parece incompleto, distante e frio.

O calor que o aquecedor liberta mão me conforta,

a musica não me consegue preenche,

a tempestade invade-me de uma forma alucinante e junta-se à solidão como o vento que fustiga, incessantemente, as janelas.


Há noites, como a de hoje, em que tudo isto me dói de forma inimaginável.


Sabes, efectivamente, de nada serve todo o conforto do mundo, se ao nosso lado não está ninguém que o queira partilhar...


quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

... " Bem hajam " ...


Hoje, no seguimento ao meu último texto, com um título pouco sugestivo “Putas da puta da vida... Putas das outras putas que se acham gente"... recebi alguns telefonemas e mensagens de amigos que, de uma forma ou de outra, quis o destino, fui conhecendo através deste mundo virtual.


Foi, pois, pela vossa atenção e, acima de tudo, pela vossa amizade que, de repente, quase sem dar por isso, reparei que tinha um sorriso à minha espera.


Não um sorriso novo, mas um que se encontrava depositado já a algum tempo na gaveta onde se guardam as emoções que não se esquecem…


Alguém a abriu e fez-me brilhar de novo num sorriso já a muito usado, mas genuíno e muito verdadeiro…


Esta noite dormirei certamente melhor.

Bem hajam a todos vós pela vossa amizade.

... "Putas da puta da vida... Putas das outras putas que se acham gente"...


Se por momentos posso apreciar…

A nudez misteriosa e simultaneamente decadente da velha palavra Puta.
A sua fonética e a sua semântica.

As Putas que, não usando aspas, escrevem tratados e best-sellers sob o lençol manchado de um quarto de hotel de segunda categoria.

O estilo económico e soberano das Putas que, como um bom comentador, condensam a condição humana a uma única frase; “São só vinte euros a mamada”.

A frontalidade profissional com que as Putas vendem numa qualquer esquina um broche feito de uma reles porcelana.

O grande receio Freudiano com que este vocábulo se retêm na nossa consciência colectiva , “podes-me chamar paneleiro, cabrão, mas agora Filho da Puta é que não”.


Já não gosto…

Da maneira reles e vulgar como alguns se vendem sob a capa aristocrática de um cidadão respeitador, cumpridor e bom chefe de família.

De ser violentado quando me faltam ao respeito, como se de um artigo de mercearia de supermercado, a preço de ocasião, me trata-se.

Dos broches mal feitos, quando sou obrigado a engolir até ao fim o esperma agridoce de uma qualquer mentira que me contam.
Que me obriguem a despir-me em publico e depois de me colocarem na posição de quatro, me digam: - “Tu sabes o quanto eu gosto de ti!”.

De ter que abrir as pernas, quando já estou a sangrar, só porque alguém lá de cima do seu púlpito de conhecedor feito me diz: - “aguenta que quero mete-lo todo lá dentro!”.


Na realidade odeio ser esta “puta”, entre aspas, que não possui um peito generoso, não anda de salto alto nem usa mini-saia , mas que sofre aquando dos seus falsos gemidos de prazer.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

... " Cada um só tem o que merece " ...



As imagens que agora me correm na cabeça, magoam-me como se de agulhas se tratassem.

Picam e fazem sangue, mas não se deixam corroer pela falta de verdade...

Na verdade não entendo, como é possível coexistir numa mesma pessoa,

A hipocrisia, a leviandade, a mentira, a falta de respeito pelo outro, a falta de dignidade…


Sou provavelmente um homem de outros tempos…

Sou do tempo em que a palavra tinha um selo, de vida e de respeito…

Diz o ditado que "cada um só tem o que merece”…,

E eu interrogo-me:
- Será que eu tenho aquilo que realmente mereço?


segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

"Companheira "

Deixei pousar minha boca em tua fronte
toquei-te a pele como se fosses harpa
escorreguei em teu ventre como o vento
e atravessei-te em mim como se fosse farpa

Deixei crescer uma vontade devagar
deixei crescer no peito um infinito
morri da morte lenta do desejo
e em cada beijo abafei um grito

Quando desfolho o livro velho da memória
sinto que o tempo passado à tua beira
é um espaço bom que há na minha história
e foi bonito ter dito companheira

Inventei mil paisagens no teu peito
rebentei de loucura e fantasia
quando me olhavas devagar com esse jeito
e eu descobri tanta coisa que não vias

Havia em ti uma forma grande de incerteza
que conseguias converter em alegria
havia em ti um mar salgado de beleza
que me faz sentir saudades em cada dia

Quando desfolho o livro velho da memória
sinto que o tempo passado à tua beira
é um espaço bom que há na minha história
e foi bonito ter dito companheira


música e letra de Pedro Barroso in LP "Roupas de Pátria, Roupas de Mulher", 1987

" Eterno "

Quero que gostes de Pina Baush, ou até já nem gostes,
queiras mais queiras diferente;
que gostes da cor e do risco forte de Miróe do canto desiludido e fundo de Ferré;
quero que aprecies os cheiros sensíveis da eternidade

do grande bruto grande e do pequeno sensível e pequeno;
quero que mores nas páginas da Photo e que, sendo um modelo de virtudes
representes a cortesã mais lassa para mim;
quero-te com mãos de pedra e de veludo;
quero que ames o chique e a Serra d'Aire
mais o safari que a recepção,
quero que mores e sofras nas páginas de Guido Crepaxe
que te irrites com a perfeição absoluta de um retrato de Medina
quero que, se possível vivas dentro do anúncio do Martini
felina e ondulante numa ilha tropical
quero que sejas capaz de divertir-te,
de soltar uma ampla gargalhada,
ante o espectáculo ridículo e obsceno de um homem de Quinhentos

a quem atribuíssem um número de contribuinte
quero que ames o longe e a miragem, como o Régio
e que sejas louca e sábia
que tenhas lábios e mordas,
língua e sorvas,
sexo e sexes,
salto e salto,
riso e rias,
sorvedouro inteiro de vida,
arrepio de garça,
sacudir de cisne,
passos de corsa,
graça de arlequim,
pose de Diva,
corpo de areia e luz.

E quero que me dês,
me dês muito,
que me dês tudo,
e que abras as janelas de par em par ao Tejo
e fecundes um poema em cada gesto
e voes como a gaivota em cada espreguiçar
e partas para a Índia em cada cacilheiro
e que sejas, mores, vivas e creias
longemuito longe daqui...

quero que sejas profundamente minha e ritual
obsessiva e lúcida,
doente,
febril,
tremendo de desejo
disposta a tudo e a mais e a muito mais
,boca de Mundo,
seios de Mármore,
corpo de Alfazema
e sobretudo Mulher
e sobretudo amante.

Se existires assim,
nua,
inteira,
absoluta e pessoal
responde-me

que eu fico aqui,
eterno,
à tua espera.


letra e música de Pedro Barroso in CD «Longe daqui», 1990

... "Sei que Tu sabes… quando me entrego é a 200% "...



Será que tu não te sentes só?.
Que não sentes o frio deste imenso vazio?.

Eu sinto,
Sempre que me entrego a ilusão de nós imaginar juntos.

A esse tempo em que desejo sentir-me envolto nesses teus ternos braços.

Deixa-me ficar aqui mais um pouco, deixas?.
Eu prometo que me vou quando lá fora parar de chover,
Quando o vento já não estiver à minha espera,
Quando o tempo se esquecer de mim neste teu aconchegante abraço.



Será que um dia, se me leres, vais pensar que isto é uma carta de amor?

Não penses, porque o não é!.

E sabes porque?.
Porque Tu não precisas de cartas de amor,
Não precisas que eu rabisque gatafunhos de tinta num qualquer papel.
Deixa antes que essa tinta se transforme no teu sangue quente e viscoso que te percorre o corpo,
E que escreva na pele das tuas ancas o que sinto, mas em beijos,
e que as minhas mãos rabisquem singelas carícias por esse teu soberano corpo.

Sei que não precisas que te repita o que os meus beijos te podem sussurrar,
O que os meus braços já te confirmaram.
Dizer-te o quanto te desejo a ti já não constitui novidade.
Prefiro sim que o sintas, que o vejas,
Que o tenhas,
Que o tenhamos dentro….

Sei que tudo o que um dia te possa ter dito,
Foi pouco para agora poder explicar esse teu sorriso espontâneo,
Ou aquele teu gesto…

Tudo o que agora te possa comprovar por palavras escritas ao acaso,
Seriam apenas isso, palavras.

Sim, sinto-me só sem ti,
Sem o teu corpo junto ao meu,
Sem poder encaixar o meu corpo no teu,
Ou adormecer sem o teu cheiro mais intimo entranhado em mim.

Sim,
Sinto-me só,
Terrivelmente só.

Hoje sei o quanto é ensurdecedor o barulho que reside neste silencio que me envolve e que teima em querer viver comigo.

Mas será que um dia conseguiremos ficar juntos?.
Será que um dia conseguiremos olhar para ontem com um sorriso de referência,
Com um olhar nostálgico, mas com uma vontade de viver plenamente esta nova vida...

Será que podes ficar mais um pouco?
Ficas mais um pouco por aqui?
Ficas mais um pouco por mim…

domingo, 14 de dezembro de 2008

... " Hoje " ...

Hoje percorro a vida de olhos meio abertos,
com os dentes cerrados,
os punhos fechados,
o passo acelerado,
com os ouvidos entupidos por tudo o que antes ouvi,
a pele impregnada por tudo o que antes me tocou…

Mas aguardo ansiosamente,
o momento,
por poder abrir os braços para aquele abraço que se reflectirá nos olhos de quem realmente nos aceita como somos sem fazer perguntas...

... " Há dias assim "...

Há dias em que realmente nos sentimos muito sós.
Nesses dias opto por ter uma cozinha em perfeito desalinho,
mas apenas para mim,
e se no fim ainda sentir coragem vou passear o corpo já meio vazio para um lugar,
aonde no fundo do copo encontre o sorriso que é meu...

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

..." Declaro " ...




















Hoje, num dia qualquer de qualquer ano,
Em qualquer século,
Na posse de todas as minhas plenas faculdades mentais e físicas
E assumindo enquanto vivo e escrevo...


Declaro que me declaro culpado.


Culpado de tudo que não disse,
De tudo que não vi nem ouvi,
Das palavras que não disse a tempo
E das outras, que nunca aprendi.


Preocupei-me por coisas que jamais aconteceram
E passei grande parte da minha vida
Em lugares errados, em horas erradas,
Com pessoas erradas.


Declaro que cheguei tarde a todos e em todos os lugares,
Em que nunca estive antes.
Que encontrei a primavera florida,
A terra repartida
E o céu prometido...
Que tudo o que tenho é mais do que me faz falta
Que no que acreditava, não acredito mais...
Que cometi o pior dos erros:
Sonhei num mundo de pesadelos.


Declaro também, que não há nada mais certo
Que a nossa passagem pela vida
Nem nada é mais falso do que nossa vida a passar.
Que é feliz aquele que não quer nada,
Que não sabe nada, que não se pergunta por nada
E que não se dá conta de nada.
Que de uma mão temida
Pode vir a surgir o amor nela contido
Que tudo que não se da, não se acumula, se perde.
Que somos no final de tudo,
Escravos de algum vício
Ou de alguma virtude.
Que tenho sido fiel somente as minhas dúvidas.


E que o homem mais livre que conheci,
Era preso ao coração de uma mulher.

Gian Franco Pagliaro - "Declaración"






quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

... " A Ti " ...

A ti,

Pelo medo que tenho de que realmente tudo isto se torne novamente verdade um dia...

Porque já acreditei no eterno e aconteceram vozes que me disseram o fim.

A ti, que nada me pedes ou exiges,

Mas que aguardas, tranquilamente, que ancore para sempre na tua vida...

A essa amizade,

Ao acordar de todos os meus dias...



Gian Franco Pagliaro - " Un Hombre Solo "

..." Depois de mim "...

Depois de mim surgiram muitas vidas!

Depois de mim romperam madrugadas em cada nova janela,
e os muros outrora vestidos de cinza, enchem-se de verde.

Depois de mim ouve confrontos nascidos de gestos repetidos no tentar iludir aquela face que um dia o espelho reflectiu.

Depois de mim, eu, e só eu!

Mas se ainda cá estou, então é porque já muitos anos fugiram.

Se o meu velho caderno mudou de tinta e textos,
o Outono,
esse voltou a despir as árvores na rua que passa mesmo a frente da minha porta,
e eu parei para ver se ainda te via,
mas meu amor,
isso foi depois de mim,
e na rua hoje é só o vento que passa.

..." Se me Faltares Tu " ...

De tudo o que se passa
no mundo
Só me importa o que se passa contigo.

Tu és para mim
mais importante
do que o destino
da terra...

Mais importante
que o porvir do homem!

Nenhuma causa
Nenhuma idéia
Nenhuma utopia
Me faria
renunciar a ti.

No fundo
pouco me importa
Se o buraco de ozono
está a crescer...

Ou se a humanidade
desaparecerá
dentro de cem anos!

De nada serviram
As palavras
dos sábios,
Nem os milagres
dos santos!

Não se pôde evitar
uma só guerra
Um só sofrimento
Uma só injustiça
neste mundo...

Desde que o mundo
é mundo!

E eu
Que sou somente
um homem que te ama...
Que posso fazer?

Me diras que sou um egoista!
Talvez!

Que me preocupo
só comigo!
É certo!

Mas eu mesmo
Tu sabes...
sou tu!
E tudo o que te passa
me preocupa!

Todo o resto não conta
Não serve, não vale
Um só sorriso teu!

Se não te tenho
Se algo chegasse a suceder-te
Se por algum motivo
deixasses de amar-me

Para mim seria
o fim do mundo...
De um mundo
que só tu o justificas!
Que só tu dás sentido!

Nenhum esforço
Valeria a pena!
Ninguém jámais
me devolveria tua alma!

Nenhuma mulher
me daria teu amor...
O mesmo amor!

Nenhuma razão
seria suficiente
Para seguir vivo

Se de repente
se por algum motivo
Me faltasses tu...

Meu amor!


Gian Franco Pagliaro


... " Depois de ti " ...

Gian Franco Pagliaro

Este poema é efectivamente escrito com uma grande sensibilidade.

Este texto faz-me pensar que, um dia também eu não quis dizer "depois de ti".

Que não quero voltar a sentir somente as memórias da pele e dos beijos.

Que não quero apenas sentir o vento pelas ruas onde um dia passamos de mãos dadas.

Não é isto que um dia quero voltar a sentir, nem um dia ter que escrever.

Mas, se tiver que ser, se tiver que o escrever, tentarei faze-lo com a mesma intensidade e talvez com a mesma serenidade que este poema me transmite.

Hoje, não posso dizer que fiquei sem palavras...

Hoje, mais uma vez despertaram-me os sentidos.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

... " Te Amo " ...

"
Te amo
Te amo de uma maneira inexplicável.
De uma forma inconfessável.
De um modo contraditório.


Te amo com meus estados de animo que são muitos, e mudam de humor continuamente.
Pelo que já sabe,
O Tempo.
A Vida.
A Morte.


Te amo
Com o mundo que não entendo.
Com as pessoas que não compreendo.
Com a ambivalência de minha alma.
Com a incoerência de meus actos,
Com a fatalidade do destino.
Com a conspiração do desejo.
Com a ambiguidade dos fatos.
Ainda quando te digo que não te amo, te amo.
Até quando te engano, não te engano.
No fundo, levo a cabo um plano, para amar-te... melhor.
Pois, ainda que não creias, minha pele sente falta enormemente da ausência de tua pele.


Te amo.
Sem reflectir, inconscientemente, irresponsavelmente, espontaneamente, involuntariamente, por instinto, por impulso, irracionalmente.
Com efeito não tenho, argumentos lógicos, nem sequer improvisados para fundamentar este amor que sinto por ti, que surgiu misteriosamente do nada, que não tem resolvido magicamente nada, e que milagrosamente, de pouco, com pouco ou nada tem melhorado o pior de mim.


Te amo.
Te amo com um corpo que não pensa, com um coração que não raciocina, com uma cabeça que não coordena.
Te amo incompreensivelmente.
Sem perguntar-me, porque te amo.
Sem importar-me porque te amo.
Sem questionar-me porque te amo.


Te amo simplesmente porque te amo.
Eu mesmo não sei porque te amo. "


Gian Franco Pagliaro


... " A Felicidade " ...

Se achas que a tua vida ficou sem uma razão de existir, simplesmente pelo facto de aquele amor que te parecia imortal, acabou, morreu.

E te deixou aquela sensação impregnada de vazio, e dor sem fim.

Acredita que tal como a vida, o amor, nasce e morre, mas nunca deixa de existir.

A Felicidade não reside nessa pessoa que nos magoa, que por vezes nos humilha, ou que não nos respeita.

A verdadeira Felicidade reside, sim, em cada um de nós.

Em momento algum estava explicito que teríamos que amar só uma vez. Mas se todo o amor pode ter um fim, já a vontade de amar e ser amado pode ser infinita.

Hoje acredito que por cada amor que se vai, nesta vida incompreendida, outro surge, embora diferente por certo, para ocupar esse lugar deixado vago.

Ou será que não?...

..." Exposto ao mundo " ...

Estou nu,
Plenamente descoberto.

Se pela nudez me posso expor ao mundo,
Já é, e só,
Pelos teus olhos que me revelo,
Enquanto aos teus encantos me entrego.


Mas de manhã quando saíres,
Não deixes vestígios.

Apaga tudo!
Tudo!!

Para que eu te possa descobrir de novo!!

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

..." Pensa ..."

Não me procures....

Pensa...

Pois agora apenas sentirás a minha presença.
Nas gotas de suor frio na tua testa,
Na lassidão que prende o teu corpo,
No receio de abrir os olhos ao acordares,
No arrepio da pele..

Sim
Sou eu...
Aquele que te invadiu a alma
Aquele que te acelerou o coração
Aquele que impediu a respiração
Aquele que tomou de assalto as tuas vontades.

Sabes...
Chegou a altura de realizar certos sonhos,
De transformar a minha vida,
De gritar bem alto,
ESTOU VIVO!....

E isto porque...
Já não sou um produto de ti...
Dos teus anseios,
Das tuas carências,
Das tuas angústias,
Das tuas decepções....

Pensa...
Mas com carinho....

... " Sonha comigo..."

Deixa que a noite se abata sobre nós
e que a luz das estrelas sejam as únicas
a banhar-nos os corpos nus deitados e inertes
esperando a visita mútua das nossas almas.

Espera por mim,
espera pelas minhas palavras impregnadas de saudade
e de sentimento.

fecha os teus olhos e vem comigo!
Ancora-te nas minhas asas
e deixa-me levar-te a sentir como
a minha pele é a brisa da tua noite…

Da noite em que te entregas
ao que o tempo havia escrito.

Sonha comigo,
porque eu estarei sempre ao teu lado,
sempre que a noite chegar.

Procura-me!
Procura-me nos teus sonhos e lá,
vais me encontrar.

Na tua alma repousarei,
da tua pele beberei
e da tua boca me alimentarei
para que a força não se esgote
e para que as noites sejam o nosso dia.

Sonha comigo,
que eu sonho contigo...