quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

"O Amor"


O amor é um tesouro,


que só tem significado


quando é possível reparti-lo com alguém


que o valoriza e lhe dá significado.

"Princesa"


Que de tão remota a angústia
Saca-me um fervor por entre o peito
Sutura-me o passado
Traz de volta meu estado
faz-me repousar em seu leito
Apreensivo fico sem sua presença
Fico sombrio, fico calado
Ouço meu peito com ardor
Minhas pálpebras recaem sobre o globo atento da vida
Que por
Desalento, fecha meu mundo mais que infinito
Meu mundo:
VOCÊ
" MEU AMOR! "

in Vinicius

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

" Mãe e Mulher"









Tu Mulher, em cada momento de minha existência tu amaste-me, mesmo antes que eu existisse.


Não obstante a demora dos 9 meses para que eu chegasse, tu alegraste-te com essa minha chegada.



Embalaste-me nos teus delicados braços, deste-me carinho, o teu calor, e esse teu precioso sentimento.

Mesmo antes de alguém, e quando a duvida se instala na minha vida, és tu e só tu que me mostras o caminho do sol.

Mãe, tu não és simplesmente alguém que me mostra o caminho certo. És quem me pega na mão e me conduz, me ampara nas quedas, me da força nas horas difíceis e me exalta nas horas de vitória.


Tu Mulher, és o meu exemplo de coragem, de virtude, de resignação, e tudo o que fazes é por amor e com amor.


Teus gestos de carinho, tua prontidão em perdoar me enchem de alegria e admiração.

Assim, eu orgulho-me em chamar-te minha mãe.





quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

"Escritos na Areia"


Quando diante de nós existem impedimentos e o amor exige o impossível,
é natural termos medo e esse medo pode-nos impedir de realizar o nosso sonho.

Assim o vazio insiste em querer ficar, em querer permanecer na nossa realidade e os sonhos ficam espalhados nas dúvidas e nas dores das nossas próprias incertezas.


Passamos a navegar em cada momento sonhado, livre das perdas.
O pensamento, esse, viaja ao encontro da esperança, para acreditar no possível.

A nossa ânsia é aguardar pela realidade, para assim viver um sonho de um coração apaixonado.


Perdidos, queremos viver a felicidade sonhada porque o amor é o constante retorno do sentimento que o povoa expande-se e volta, em cada oportunidade, através da saudade.

Ontem quando caminhava, com os pés na água e a mente nas nuvens, eu vi.

Lá onde a espuma não se sobrepunha à areia, eu vi!.



Desenhado na areia.

Um coração.

Dentro dele havia um nome.













E o nome que lá se encontrava era o teu.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

"Aqueles Que Nunca Partem"




Eu lembro-me que quando era jovem, ouvia por vezes os adultos comentarem: fulano partiu.

Esta era a forma menos dorida que eles tinham para se referir a alguém que tinha morrido.

Era um jeito delicado para citar a morte sem que ela parecesse tão chocante.

Cresci e comecei também a falar assim - fulano partiu - acabei pois por achar que esta era uma forma menos complicada , menos violenta, de me referir à morte dessa maneira.

Quando se diz que alguém morreu, dá a impressão que se acabou, desapareceu e imaginar que alguém a quem queremos bem acabou ou desapareceu para sempre é terrível.
Dói mil vezes mais do que enfrentar a sua própria ausência.

Partiu já é diferente, dá uma sensação de que em algum ponto da vida nos reencontraremos com essa pessoa novamente.

Fica mais fácil imaginar que ela viajou, numa viagem sem data para voltar, mas com retorno garantido.

Enfim!!!.

Descobri recentemente, que existe uma outra categoria dentro deste universo.
São aqueles que nunca morrem e, portanto, jamais partem.

Falo daqueles que embora desapareçam da nossa convivencia fisica, eternamente se fazem presentes na nossa memória e dentro de nós.

Os que nunca partem são as pessoas que nortearam os nossos dias, colocaram neles um significado importante e deixaram, em nós, uma marca tão profunda que não importa onde estejam já que ao nosso lado, de uma forma ou de outra, sempre se manterão.

Morrer, partir, são coisas simples, coisas do dia-a-dia. Acontece a quase toda a hora, em todo lugar, com todas as pessoas.

Os que nunca partem e os que nunca passam pela dor de assistir alguém, que nos é querido, partir são os afortunados desta nossa vida.

Dores momentâneas, saudades e ausências à parte, felizes são pois daqueles que amaram alguém a ponto de jamais deixá-los partir de dentro de si.

Quando chegar a minha vez de partir, caso exista alguém que teime em que eu permaneça vivo, dentro de si, então eu direi que valeu a pena ter passado por esta existencia e a minha estadia, nesta vida, não foi em vão….

Mas enquanto permanecer por cá, só tenho que realçar que dentro de mim moram algumas pessoas que nunca deixarei que partam, tal como não deixarei que partam outras que ainda estão por aqui.

" A Tua Mão"


Estendeu a palma da mão sobre a mesa
e Maria pousou a sua na dele,
cinco dedos longos e magros aprisionados
com a força da ternura.



segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

"As Escolhas da Vida"


A vida é feita de escolhas.
As dificuldades existem para impulsionar o nosso crescimento.

Desta forma somos “obrigados” a ser melhores pessoas, e capazes de viver o nosso potencial de felicidade

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

"O Esconderijo do Homem Triste" - parte III




Outras vezes, quando não está ninguém olhar para mim, ponho-me a cismar:
A luz é o meu túmulo.
Em tempos, os meus gestos tiveram o rigor da abelha que rouba o pólen à flor.
Com esses gestos quis construir um espaço para o silêncio.
Uma morada onde fosse possível ignorar o mundo, ou esquecê- lo.

De vez em quando, aceito ainda o mistério das palavras que me cercam e não coincidem, em nada, com a realidade.
Eu só quis celebrar a vida.
Encontrar o esconderijo onde fosse possível um derradeiro acto de paixão.

O esconderijo onde pudesse, de novo, tocar teu rosto e recusar a aridez da calúnia.
Mas a luz é o meu túmulo.

A pouco e pouco incendiaram-se os negros profundos, o círculo luminoso aprisionou-me, e as mãos gesticularam sem sentido.
O interior das paisagens guardou a tua ausência.
E numa última visão a madrugada irrompeu do mar adormecido.

As mãos abriram-se novamente, quando o dia começou a devorar a nudez do corpo.
Comovido, perdi a voz.
Não podia chamar-te, lembro-me, por isso desatei a escrever o teu nome nas paredes da cidade.

Tempo perdido. Já não podias ouvir-me nem ler-me.
Foi quando desejei, com ardor, este esconderijo.
Aqui, pelo menos, respiro ar condicionado, e um foco de luz simula a eternidade dos dias.

Não há emoções, nem palavras ditas em voz alta.
Não acontece nada, nem se ouve respiração alguma.
Quem me visita diz coisas fantásticas a meu respeito.
Nunca confirmo nem desminto. Limito-me a ouvir e calo-me.
Porque há coisas que devem correr com o tempo e, mais tarde ou mais cedo, nele se apagam.

É claro que também há coisas guardadas na minha memória de papel.
Mas essas, já não tenho a certeza de que alguém as tenha dito ou eu as tenha, de facto, ouvido.

Por vezes ponho-me a sorrir, mas ninguém consegue ver que sorrio,
porque o retrato que me esconde - como eu - está morto e desfocado.

E a luz é o nosso túmulo.