terça-feira, 30 de outubro de 2007

" A Palavra "



Há palavras que nos beijam

Como se tivessem boca,

São palavras de amor,

de esperança louca.


Palavras nuas que beijas

Quando a noite perde o rosto,

Palavras que se recusam

Aos muros do teu desgosto.


Continuo o adolescente errante

na intensa busca de ouvir palavras diferentes.

Palavras que não magoem....mas que compreendam.

Estou certo que existem muitos tipos de palavras

no entanto eu ainda não ouvi alguém entoar,
com sinceridade, a palavra certa.

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

" Sedução "


Por via desse amor mágico
que desafiava o poder da morte,
conhecíamos todo o passado habitado
pela espera do nosso encontro,
trocávamos recordações dos lugares
onde nunca estivéramos,
emoções dos corpos que já não éramos .............


Hoje estou certo
que é muito dificíl encontrar alguém
que não se possa seduzir.
Querendo-se pagar o preço,
que pode ser até o da propria existência,
é possivel seduzir toda e qualquer pessoa !!!!

De amor nada mais resta que um Outubro

e quanto mais amada mais desisto:

Quanto mais tu me despes mais me cubro

e quanto mais me escondo mais me avisto.


De: NatáliaCorreia, in Poesia Completa.

" Já não há cupidos"


As setas do amor partem para todos os lados,
sempre nas direcções erradas, apontadas para
aqueles que não só não as querem como não
as mereciam se as quisessem !!!!!.

terça-feira, 23 de outubro de 2007

"Não te quero senão porque te quero"


Não te quero senão porque te quero,
e de querer-te a não te querer chego,
e de esperar-te quando não te espero,
passa o meu coração do frio ao fogo.
Quero-te só porque a ti te quero,
Odeio-te sem fim e odiando te rogo,
e a medida do meu amor viajante,
é não te ver e amar-te,
como um cego.

Talvez consumirá a luz de Janeiro,
seu raio cruel meu coração inteiro,
roubando-me a chave do sossego,

nesta história só eu me morro,
e morrerei de amor porque te quero,
porque te quero amor,
a sangue e fogo.



DE: Pablo Neruda

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

"Partir ou chegar ?"



Sabe-se que o que regressa não partiu,


e assim na vida andei e desandei mudando de roupa e de planeta, habituando-me à companhia,

à multidão desterrada, à grande solidão dos sinos...



Desmantelei a vida no hino nupcial da tristeza para trazer à luz um sorriso de alegria...


Se o amanhã fosse o hoje imaginado,


então nunca sentiríamos o efeito surpresa!!!